terça-feira, 9 de outubro de 2007

Período Fértil homenageia Olinda

Márcia Lima e Clesinho Santos
são os nomes por trás
da criação de moda.
Foto Juliana Leitão/DP


Período Fértil comemora seus 15 anos

Festa: Grife que se estabeleceu junto com o mangue beat homenageia Olinda em desfile

Michelle de Assumpção
Da equipe do DIARIO

Quando escolheu o nome para a grife que começava a prosperar depois de alguns anos de costuras caseiras, a pedagoga Márcia Lima e o engenheiro mecânico Clesinho Santos não imaginavam o quanto aquele nome representaria tudo o mais que estava para acontecer na cena cultural pernambucana, há poucos anos para o início dos 90.

Período Fértil, que poderia também ter sido o nome da banda que Márcia montaria com as amigas, passou então a ser a marca impressa nas etiquetas de shorts, saias, blusinhas, camisetas e calças - para homens e mulheres - que primeiro circulou somente em Olinda, depois pelo Recife, o estado inteiro e finalmente o Brasil.

A fertilidade e a diversidade da cena cultural recifense - como pregariam naqueles mesmos anos os protagonistas do movimento manguebeat, foi preconizada então pela Período Fértil, que está completando 15 anos este mês, com um grande desfile em homenagem a Olinda, Cidade Patrimônio, onde está a sede da grife.

Os estilistas Márcia e Clesinho se conheceram e se afinaram um com o outro por uma habilidade em comum: a criação de peças e a costura. Ela, formada em pedagogia, dava aulas de alfabetização e ele, engenheiro mecânico, também trabalhava no setor. A criação de roupas era para consumo próprio, depois os amigos começaram a se interessar pela criação de modelos que já expressavam uma personalidade própria da cultura local.

O casamento foi inevitável (bem como as duas filhas, alguns anos depois, Julieta, seis anos, e Valentina, cinco). A produção aumentou junto com a família e hoje o casal tem a loja/ateliê da Rua 15 de Novembro, além de uma segunda loja, na Praça de Casa Forte, inaugurada em novembro do ano passado.

Para comemorar os 15 anos da grife está sendo preparada uma coleção nova: Olinda e a linha da história, cujo desfile de lançamento ocorre no dia 25 de outubro, numa enorme passarela que será montada a partir do coreto da Praça da Preguiça até uma réplica que será feita do Bar Ecológico, que funcionou na década de 70 perto dali e reunia personagens de outra importante cena artística.

"O mesmo pessoal que comprava roupa a gente no início era quem a gente encontrava nos shows, nos bares. Era uma turma só", conta Márcia, que se especializou em figurinos para as bandas do manguebeat, estreando com Chico Science e Nação Zumbil, no show do Abril pro Rock de 1995, no Circo Maluco Beleza. "Eles não tinham grana pro figurino, aí a gente cobrou bem caro para fazer uma togas para uns juízes, com o que sobrou fizemos os paletós deles, que era no estilo Pulp Fiction. Transferimos verba da secretaria de Justiça para a de Cultura", brinca Márcia, dando mostras de um estilo que fez a dupla ser uma das mais queridas da cena musical do Recife.

Depois do Nação, a Período Fértil vestiu Mundo Livre, Ortinho, Otto, Maciel Salu, Aurinha, Lia, Silvério e muitos outros. Também fizeram roupas para espetáculos de dança e teatro."Eu acho que era uma busca de uma identidade, estava todo mundo buscando isso, cruzou arte, moda, cinema, isso aconteceu porque agente tinha muita referência de cultura, todo mundo queria mostrar, mas isso ficava abafado em meio as coisas globalizadas, quando surgiu, foi de uma vez", diz Márcia.

http://www.pernambuco.com/diario/2007/10/09/viver3_0.asp

2 comentários:

vilma disse...

isso sim é uma histori de sucesso,duas pessoa que tem profiçoes de ferentes se juntam pra fazer a diferença,parabens pra voces muito sucesso e Deus abençoes.

Paulo disse...

Parabéns Marcia e Clesinho.
Eu, como olindense, e que estava por perto das coordenadas geográficas em que tudo isso acontecia, testemunho essa bela história; e tenho a honra de ter conhecido esse casal.