domingo, 23 de dezembro de 2007

Aluguel de casas para o carnaval de Olinda


Jacy Soares cobra R$ 150 pela diária com direito a café da manhã (Foto: Márcio Pannunzio/ pe360 graus/ Globo Nordeste)


Aluguel de casas para o carnaval de Olinda provoca disputa

Preços da temporada variam de R$ 5 mil a R$ 20 mil, de acordo com tamanho do imóvel.Maioria dos contratos é para oito dias, contando a partir da sexta-feira.

A partir do próximo dia 2 de fevereiro, mais de 1 milhão de pessoas vão invadir as ruas do Sítio Histórico, no município de Olinda, em Pernambuco. A área é conhecida por sediar, entre as edificações coloniais, um dos maiores carnavais de rua do mundo. Mas quem deseja se unir aos turistas e moradores na folia momesca de 2008 precisa acelerar o passo. É que a disputa para alugar vagas e casas nesta temporada já está acirrada.

Seja no foco ou nas adjacências da festa, diversos moradores arrumam as malas e saem de casa para faturar uma renda extra nesta época do ano. É o caso da família de Elton Felipe da Silva, que mora na Rua de São Bento e, há cinco anos, loca a residência de cinco quartos para o mesmo grupo de 20 pessoas. “É mais seguro porque já os conhecemos e podemos viajar tranqüilos para outro lugar. Eles são tão fiéis que até damos um desconto e não aceitamos outras propostas”, conta o rapaz.

As grandes imobiliárias que atuam em Olinda não costumam trabalhar com o aluguel de casas para o período de carnaval. Entretanto, moradores atentos à demanda se especializaram nessa atividade e conquistaram a confiança de vizinhos e clientes. Assim, quem não dispõe de paciência ou tempo para cuidar da negociação pode recorrer aos serviços de um corretor autônomo.

Há 20 anos, Pedro Augusto Ramos dedica-se a intermediar o contato entre a vizinhança e os interessados nos imóveis. O escritório funciona na própria residência, que também será alugada em fevereiro. “O primeiro aluguel para o próximo ano foi fechado em setembro. A previsão é de, a partir de janeiro, haver dificuldade para encontrar casas nas ruas principais”, avalia o corretor, que está negociando pelo menos 50 imóveis na área.

O agito acontece principalmente nas ruas do Bonfim, de São Bento, do Amparo, 13 de Maio e Prudente de Moraes. Os aluguéis variam de R$ 5 mil a R$ 20 mil para grupos de cinco a 20 hóspedes, de acordo com o tamanho e a quantidade de cômodos das casas. A maioria dos contratos é para oito dias, contando a partir da sexta-feira que abre o período de Carnaval. Nas vielas adjacentes, é possível encontrar acomodações mais simples a partir de R$ 1,5 mil.

Alexandre Martiniano Campos aluga a casa com quarto, cozinha e banheiro, na Rua Tabira, próxima à Rua Joaquim Nabuco, no bairro do Varadouro. A hospedagem sai por R$ 1 mil, valor que pode aumentar se o inquilino optar pelo uso de uma câmera de segurança. “O hóspede pode acompanhar toda a movimentação da rua e não tem trabalho com nada, pois eu ofereço o equipamento e a instalação”, adverte o proprietário.

Jacy Soares cobra R$ 150 pela diária com direito a café da manhã (Foto: Márcio Pannunzio/ pe360 graus/ Globo Nordeste) Jacy Soares reside há 16 anos na Rua Conselheiro Rosa e Silva, na Vila Popular, e está prestes a fechar um bom negócio. “Minha casa é grande, confortável e de fácil acesso aos pólos de folia. Então, estou avaliando as propostas dos interessados, pois tem que ser um acordo favorável para os dois lados”, analisa a moradora, que aluga a casa para até 20 pessoas e cobra R$ 150 pela diária, com direito a café da manhã.

Quem viaja sozinho ou com poucas companhias pode optar pelo aluguel de vagas, preenchendo a lotação dos grupos incompletos ou, ainda, substituindo os desistentes de última hora. Nesse caso, o valor individual é pago diretamente ao líder da turma escolhida, visto que o proprietário já recebeu o valor integral combinado.

Precauções

Para a diversão não se transformar em dor de cabeça, é necessário tomar alguns cuidados. Ao locatário, cabe informar-se sobre a procedência dos inquilinos temporários, acertar o valor com antecedência e combinar o pagamento da última parcela para até, no máximo, a entrega das chaves.

Por outro lado, o locador deve informar-se sobre tudo que o imóvel oferece. É comum os proprietários emprestarem televisor, geladeira, fogão, forno de microondas, bebedouro, chuveirão, cisternas de água e até mobília. Logo, uma visita anterior ao local é imprescindível para verificar se os recursos estão em bom estado.

Uma solução para quem está distante é pedir fotos digitais do local. Pertences de alto valor estimativo ou financeiro não devem ser levados, para evitar que sejam roubados ou perdidos. Além disso, assinar um contrato em cartório, com laudo de vistoria, é fundamental para garantir a tranqüilidade de todos os envolvidos.


http://g1.globo.com/Carnaval2008/0,,MUL236525-9772,00.html

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