terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Beira Mar de Olinda


Freqüentadores de Casa Caiada reclamam que as obras de revitalização da orla não chegaram até o bairro, que sofre com o abandono Foto: Jaqueline Maia/DP


Moradores querem a praia mais bonita em Olinda

Pollyanna Diniz
Do Pernambuco.com

O ano que se aproxima será de eleições municipais e as populações vão novamente às urnas escolher os políticos que devem governar as cidades durante quatro anos. Fim de mandato é também momento para questionar as obras que começaram e não foram concluídas ou aquelas que nem saíram do papel. No Cidadão repórter, os internautas são fiscais das gestões municipais: estão sempre de olho. Esta semana, as obras de urbanização na orla de Olinda foram tema do post de Michel da Matta. "Quem vai até Bairro Novo fica admirado com a revitalização da orla. O calçamento é novo, os bancos, a iluminação. O problema é que as obras só foram feitas até o quartel, em Casa Caiada. Os moradores esperavam que as obras fossem continuar, mas nada foi feito", explica o cidadão-repórter.

Quem depende do comércio na praia para sobreviver questiona por que a urbanização não foi realizada em toda a orla. Há oito anos, Marcos Antônio, 23, é vendedor de coco na praia de Casa Caiada. "Tem muito político quevem tomar água de coco aqui, mas parece que não percebe que seria importante que o local estivesse conservado", conta. Marcos trabalha em frente ao número 3.647. Coloca o isopor num banco enferrujado, destruído pela ação do tempo e da maresia. Apesar dos anos de atividade, o vendedor não tem uma barraca. "Deveria ser tudo padronizado, depois de uma pesquisa para saber quem são os mais velhos. A praia de Boa Viagem não é essa bagunça. Por isso o movimento aqui é fraco", diz.

Uma das clientes de Marcos Antônio, a dentista Cristiane Oliveira, 40 anos, reclama da falta de conservação. Apesar de morar nas proximidades, ela não faz exercícios naquela área do calçadão. "A pista de cooper aqui está destruída. Quando quero andar, vou para a área que fica antes do quartel", relata a dentista. "É muito estranho que a prefeitura não tenha feito nada nesta área. Aqui é muito mais movimentado do que no Bairro Novo e as obras não chegaram e, pelo jeito, nem vão chegar. Olinda é Patrimônio Cultural da Humanidade, 1º Capitalda Cultura, mas, na prática, os moradores não vivenciam o status que a cidade tem", reclama a dentista.

Se o movimento de turistas é pequeno na área de orla onde o calçamento ainda existe, depois do Flat Quatro Rodas, onde a pista é de barro, até os moradores evitam freqüentar o local. A via é esburacada e dá trabalho para motoristas e pedestres em época de chuva. Edvaldo Lídio da Silva, 46 anos, é um dos poucos comerciantes que restaram naquela área. "Aqui já foi bom. Ninguém vem mais. Turista quer ver coisa bonita", relata o comerciante. Edvaldo Lídio denuncia também a falta de segurança. "Quase não tem iluminação, nunca passa um policial. Quem arrisca de vir caminhar aqui no final da tarde, tem que ter muito cuidado, porque o número de assaltos é grande", diz.

Como resposta aos cidadãos-repórteres, a Prefeitura de Olinda informou que o projeto de urbanização da orla, no trecho que vai de Casa Caiada até a ponte do bairro de Rio Doce, está em fase de conclusão e deve entrar em processo de licitação até o primeiro trimestre de 2008. O projeto segue o mesmo desenho urbanístico de Bairro Novo.

http://www.pernambuco.com/diario/2007/12/18/urbana8_0.asp

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