sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Arena aliada (Comentário de Marisa Gibson)

Diario Político
Marisa Gibson
mgibson@diariodepernambuco.com.br

Arena aliada

A decisão do governo do estado de transferir de Olinda para São Lourenço da Mata a arena esportiva (construção de estádio e demais equipamentos exigidos pela Fifa) para a Copa de 2014 mostra que não basta ser aliado do governo para viabilizar projetos. O projeto chegou a fazer parte da campanha para prefeito de Olinda e a sua perda será creditada na "fatura" de Renildo Calheiros (PCdoB). Surpresa com a mudança, Olinda ameaça entrar na disputa por conta própria mas certamenente, só para firmar posição. É evidente que não conseguirá nada. Num evento como a Copa do Mundo, que envolve organismos internacionais e nacionais poderosíssimos, tanto no setor público quanto no privado, não há espaço para amadorismo ou emoção. Além do mais, Renildo não vai criar atritos com o governador Eduardo Campos (PSB), até porque deve muito a ele a sua eleição para a Prefeitura de Olinda. Quem sai ganhando, claro, é Ettore Labanca (PSB), prefeito de São Lourenço, que tinha conhecimento dessa possibilidade já há algum tempo, mas não abriu o bico. Fala-se que, antes mesmo da campanha eleitoral, representantes da Odebrecht teriam conversado com Ettore, havendo um novo contato depois da eleição, até que na sexa-feira passada ele foi comunicado por Eduardo Campos. O governador justificou a escolha de São Lourenço porque a construção de um estádio em Olinda teria um custo muito elevado, por conta de indenizações, mas comenta-se ainda que a Prefeitura do Recife também não teria ficado satisfeita com a troca de municípios, porque os investimentos em São Lourenço vão terminar deslocando o eixo de desenvolvimento programado para a capital pernambucana. A arena esportiva em São Lourenço deve ser viabilizada através de uma Parceria Público Privada com a Odebrecht e entra no pacote a construção de um centro administrativo do governo. Caso a proposta se concretize e São Lourenço seja de fato subsede da Copa de 2014, o prefeito Ettore Labanca estará com uma mina ouro nas mãos, que vai muito além dos quatro jogos, no máximo, que serão realizados por lá.


http://www.diariodepernambuco.com.br/2009/01/16/politica3_0.asp

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