sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Seguranças de shopping acusados de deter jovens


Jovens disseram que foram intimidados dentro de uma sala restrita a funcionários do shopping e depois expulsos do local. Foto: Edvaldo Rodrigues/DP/D.A Press

Grupo comemorava um aniversário, mas festa terminou com pais registrando queixa na GPCA

O que seria um dia feliz transformou-se numa noite ruim e longa. Na última quarta-feira, um grupo de 13 adolescentes, moradores de Olinda e Paulista, resolveu comemorar o aniversário de 15 anos de uma das garotas no Shopping Tacaruna.

O encontro estava marcado para o fim da tarde. A aniversariante chegou ao local com uma amiga e, quando começaram a cantar parabéns, todos foram levados por cinco seguranças do centro de compras para uma pequena sala restrita aos funcionários. Lá, segundo os jovens, um dos homens teria intimidado e expulso o grupo do shopping, alegando que os adolescentes estariam fazendo bagunça. A "festa" terminou à 1h40 na Gerência de Proteção da Criança e do Adolescente (GPCA), onde seis pais prestaram queixa.

A mãe da aniversariante ficou estarrecida com a expulsão da filha e dos amigos do shopping. "Eu fui deixar minha filha e uma amiga lá e iria buscá-las quando saíssem do cinema. Mas, pouco tempo depois de chegar em casa, a menina ligou dizendo que tinha tido uma confusão e ela tinha sido colocada para fora do Tacaruna. Eu fui para lá imediatamente. Como é que pode uma coisa dessas?" questionou a mãe. Ela contou que, quando chegou ao centro de compras e encontrou o grupo, o mesmo segurança que tinha liderado a expulsão apareceu. Segundo a mãe da garota, o homem teria sido irônico. "Ele falou: eu sou o dono do shopping. Acho que ele pensava que o grupo não tinha pai e mãe. Eles devem tratar muita gente assim", desabafou. Às quartas-feiras, em época de férias, adolescentes superlotam o shopping atraídos pela meia entrada nos ingressos dos cinemas. Em função da demanda, por precaução, o shopping aumenta o número de seguranças para evitar tumultos.

O padrasto da garota contou também que ele e outros pais procuraram a direção do shopping. "Reclamamos do abuso de poder do homem e a administração disse que não sabia quem ele era. Como a segurança é terceirizada, eles ficaram de entrar em contato com a gente e nos chamar para uma conversa depois", contou. A mãe da adolescente não confiou no acordo."Eu espero que eles entrem mesmo em contato. Não vamos esquecer o que aconteceu", disse.

Seis pais procuraram a GPCA após o incidente. Eles levaram os adolescentes e prestaram queixa contra o shopping. "Como não sabíamos o nome do segurança, fizemos a reclamação contra o Tacaruna. Aliás, eles são de fato os reponsáveis, ainda que o homem seja terceirizado", disse a mãe da aniversariante. O delegado titular da GPCA, Jorge Ferreira, disse que o caso ainda não tinha chegado às suas mãos. "Vamos ouvir os pais dos adolescentes. Depois mandaremos um ofício para o Tacaruna para tentar descobrir quem seria o segurança responsável pelo fato", disse.

Resposta - A assessoria de comunicação do Tacaruna enviou nota informando que o superintendente do shopping, Elenio Tolomei, não recebeu notificação de nenhum órgão público sobre o incidente. A nota diz ainda que os seguranças do shopping são "orientados a garantir o bem-estar dos clientes e lojistas e, por isso, estão sempre atentos para evitar incidentes que possam comprometer a ordem, o bom funcionamento do centro de compras, assim como a segurança de seus frequentadores".



http://www.diariodepernambuco.com.br/2009/01/30/urbana5_0.asp

Nenhum comentário: