quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Selma do Coco é Patrimônio Vivo


Artista foi escolhida ontem pelo governo do estado, ao lado de caboclinho e teatro experimental

Dona Selma do Coco, o Caboclinho Sete Flexas de Água Fria e o Teatro Experimental de Arte de Caruaru foram os três vencedores da edição 2008 do Concurso Público do Registro do Patrimônio Vivo de Pernambuco, promovido pelo governo do estado. Com a premiação, eles passam a receber apoio financeiro em forma de bolsas mensais, com a finalidade de preservar, divulgar e perpetuar suas técnicas e conhecimentos artísticos.

Por ser pessoa física, Selma do Coco ganha uma bolsa de R$ 750 mensais. O caboclinho e o grupo de teatro passam a receber R$ 1,5 mil cada, pois são entidades jurídicas. Para participar, os concorrentes deveriam ser atuantes em Pernambuco há pelo menos 20 anos. Em 2008, havia 102 candidatos inscritos.

Com os três novos nomes, chega a 18 o número de artistas e entidades atendidos pelo prêmio. Mais três contemplados devem ser escolhidos a cada ano, mas há um limite de 60 vagas para o número total de bolsistas. Dos que foram selecionados desde a primeira edição de 2005, três faleceram em 2008: MestreSalustiano, Canhoto da Paraíba e Ana das Carrancas.

Entre os que recebem as pensões atualmente estão o sanfoneiro Camarão, o xilogravurista J. Borges, o cineasta Fernando Spencer, a cantora Lia de Itamaracá, o Clube Homem da Meia-Noite, o Maracatu Leão Coroado, a artista circense Índia Morena e os escultores Manuel Eudócio, Nuca, Zé do Carmo e Zezinho de Tracunhaém.

Selma Ferreira da Silva, conhecida como Dona Selma do Coco, é a mais famosa coquista de Pernambuco. Ela iniciou a carreira na década de 1960, mas se tornou mais famosa em 1996, quando fez sucesso com a música A rolinha. Em 2008, recebeu a comenda do mérito cultural das mãos do presidente Lula.

O Teatro Experimental de Arte de Caruaru foi fundado em 1962, quando se tornou pioneiro na utilização das artes cênicas como instrumento de inclusão social e cultural, sempre com espírito independente. Eles encenam desde clássicos do teatro universal até peças tradicionais do foclore pernambucano e de novos autores. O grupo é conduzido pela pedagoga Arary Marrocos e pelo contador Argemiro Pascoal.

O Caboclinho Sete Flexas tem sede no bairro de Água Fria, na Zona Norte do Recife, e existe desde 1969. Seus espetáculos e desfiles de dança e música têm origem nas tradições indígenas brasileiras. Seu fundador foi o Mestre Zé Alfaiate, que tem 85 anos, mas atualmente é conduzido pelo filho dele, Paulinho.



http://www.diariodepernambuco.com.br/2009/01/01/viver13_0.asp

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