quinta-feira, 12 de março de 2009

Olinda seduz com boa comida, canto e arte



Fundada pelos portugueses em 1535, tomada pelos holandeses em 1631 e recuperada na Restauração Pernambucana em 1654, Olinda é cheia de histórias, restaurantes, ateliês, igrejas e coqueirais que conferem charme à cidade, que tem o Sítio Histórico declarado Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco.

Passear pelas suas ruas estreitas e ladeiras requer disposição e cuidado devido aos paralelepípedos irregulares. O esforço vale a pena porque, a cada subida, é possível se surpreender com um atrativo – seja ele histórico, cultural ou gastronômico.
Aos domingos, um programa interessante é subir a Ladeira da Sé – bem menos íngreme do que a da Misericórdia. Na região, o que não falta é tapioca, reconhecida como Patrimônio Imaterial da Cidade de Olinda. É muito agradável degustar uma delas sentado num banquinho diante da vista da cidade.

É na Sé, ponto mais alto do Sítio Histórico, que está a Igreja de Nossa Senhora da Misericórdia, erguida em 1540. Diante dela se estendem bancos sinuosos, de onde se pode ver os altos coqueiros e magueiras, as torres das igrejas seguidas do mar e a cidade do Recife. Do lugar também se observam os famosos quatro cantos de Olinda – ponto em que se cruzam quatro principais ruas: Ladeira da Misericórdia, Prudente de Moraes, Amparo e Bernardo Vieira de Melo.

É nessa última rua, localizada na Ribeira, que está o Patuá Delícias do Mar, nova casa que vem se destacando no roteiro da Cidade Alta. Comandado pelo chefe Alcindo Queiroz, o restaurante abre de terça a domingo, sempre para o almoço e jantar, e tem entre os pratos mais pedidos a moqueca de camarão.

Também na rota gastronômica de Olinda, destaca-se o Restaurante Due, que fica na Praça do Jacaré. A casa aposta na culinária mediterrânea italiana, sempre incrementando o sabor dos peixes e frutos do mar. A salada de bacalhau com grão-de-bico, o polvo grelhado com batatas ao murro e o penne gratinado com lascas de lagosta e palmito são apenas alguns itens que se sobressaem no cardápio.

Há mais tempo na cidade, o Oficina do Sabor e o Goya (ambos na Rua do Amparo) também não podem ser esquecidos. Enquanto o primeiro é célebre pelo jerimum nas suas receitas e possui varada de onde se tem uma bela vista, o Goya é um misto de ateliê e restaurante.

ATELIÊS

Se estiver na Rua do Amparo, é bom aproveitar para entrar nas oficinas de artes, que não são poucos. Na lista, entram os ateliês do artista plástico contemporâneo Roberto Lúcio (casa nº 293) e de Tereza Costa Rego (casa nº 242), como também o do artista plástico Sílvio Botelho (casa nº 45), reconhecido pelos seus bonecos gigantes.

No circuito do domingo, é interessante assistir, às 10h, à missa da Igreja de São Bento (Varadouro), com direito a recital de canto gregoriano. O conjunto (inclui também o mosteiro), de estilo barroco, foi erguido no fim do século 16. Outra que merece uma visita é a Igreja e Mosteiro de Nossa Senhora do Monte (Largo de São Bento). Entre as igrejas de Pernambuco, é a que possui a mais antiga documentação comprovando existência: uma certidão datada do século 16.

Nas paredes da capela-mor destacam-se painéis e, na sacristia, há um lavabo esculpido em calcário. O templo tem elementos antigos, como a porta de entrada, do século 17. Hoje, abriga a abadia das monjas beneditinas, que vendem famosos biscoitos caseiros por R$ 2,50.(C.L.)


Jornal do Commercio

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