segunda-feira, 27 de março de 2017

Cine São Luiz exibe nesta segunda documentário sobre procurador Pedro Jorge

Deu no Blog do Inaldo Sampaio

O cinema São Luiz, do Recife, o mais tradicional da capital pernambucana, vai exibir nesta segunda-feira (27) a partir das 19h30 um documentário sobre a vida do procurador da República Pedro Jorge de Melo e Silva, assassinado em Olinda no dia 3 de março de 1982 quando apurava o “Escândalo da Mandioca” na agência do Banco do Brasil do município de Floresta (PE).

À época, políticos e fazendeiros da região tiravam empréstimo na agência supostamente para plantar mandioca, aplicavam o dinheiro em outros fins e depois compareciam à sede do banco para requerer o seguro-safra (Proagro) pela perda da plantação. O prejuízo dado ao erário teria sido de R$ 1,5 bilhão.

O procurador denunciou 25 pessoas e sete foram condenadas pela sua morte, entre elas o então major José Ferreira dos Anjos, também envolvido nas fraudes.

O major foi preso no Recife, teve a patente de oficial cassada pelo então governador Roberto Magalhães mas, com ajuda de colegas da própria PM, fugiu do Batalhão Dias Cardoso e refugiou-se na Bahia, onde foi preso pela Polícia Federal, 12 anos depois, trabalhando numa fazenda como administrador.

Pedro Jorge de Melo e Silva foi o primeiro procurador da República assassinado no Brasil no cumprimento de suas atribuições constitucionais.

Ele era alagoano de Maceió e veio estudar no Recife para ser padre. Posteriormente mudou de opinião e resolveu estudar Direito, mas permaneceu muito amigo do então abade do Mosteiro de São Bento, em Olinda, Dom Basílio Penido.

Deixou viúva Maria das Graças Viegas e duas filhas de menor idade: Marisa e Roberta. Esta última, hoje com 39 anos, trabalha em Brasília como advogada.

O procurador foi assassinado pelo pistoleiro Elias Nunes Nogueira quando saía de uma padaria, em Olinda, após ter comprado pão e leite para levar para casa.

No dia 12 de outubro de 1983, com o crime já totalmente esclarecido, os réus foram a julgamento, no Recife e todos foram condenados a 31 anos de prisão.

O único absolvido foi o fazendeiro Irineu Gregório Ferraz, que posteriormente seria assassinado em Serra Talhada, onde residia, mas em função de uma disputa por terra.

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